segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Constatações


Pude perceber que, por mais detalhes que descreva nos textos, ainda soa como algo impessoal.

Pode chegar a parecer, àqueles que me conhecem a fundo, que não fui eu quem escreveu.

Ao perceber isto, relendo o que escrevi, parei para refletir sobre qual seria a razão de eu não estar conseguindo me mostrar nas palavras como gostaria... Cheguei à conclusão de que se trata simplesmente de "falta de intimidade".

Muito mais intimidade e cumplicidade tenho com o papel... ainda que um simples guardanapo.

Como é belo o bailar da caneta sobre o papel! Seus passos formam caminhos através dos quais tantos outros viajarão!

Noites e noites tive como amigo e amante meu pequeno diário, que guardou meus "inconfessáveis segredos de menina" para hoje, já crescida, me fazer rir com estes mesmos segredos.

As palavras escritas a próprio punho têm em si magia e lirismo, o que não se encontra facilmente em nenhuma outra forma.

Quem sabe com o passar do tempo, eu possa criar essa mesma cumplicidade com esse "novo modo de escrever"... nunca se sabe.

Quando (se?) este momento chegar, conseguirei me encontrar e enxergar nos meus escritos novamente. Poderei então voltar a ter meu diário de memórias, que irá me contar essas histórias daqui a alguns anos e me fazer rir com elas novamente.

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